quinta-feira, 17 de maio de 2018

Papa FRANCISCO - DEUS É JOVEM

FRANCISCO (2018). Deus é Jovem. Uma conversa com Thomas Leoncini. Lisboa: Planeta. 128 páginas.
       Tudo o que traz o nome do Papa Francisco chama a atenção e desperta simpatia e curiosidade. Mas não é nenhum favor. O magistério do Papa está constantemente a ser comentado, discutido, escrutinado. É, sem dúvida, uma personalidade que tem o favor da maioria dos meios de comunicação social e desde a primeira hora granjeou a admiração de católicos, de crentes, e de pessoas do mundo inteiro, ainda que, como é óbvio, também suscite maledicência, ódios, suspeições.
       Mas mais que ler comentários acerca de uma pessoa, o recomendável é ler e/ou ouvir o que escreveu e/ou o que disse e escreveu. Não faltam textos, mensagens, discursos, frases. Atente-se, porém, ao facto de também circularem frases e textos que lhe são atribuídos mas que efetivamente não são da sua autoria, pois atribuir-lhos permite uma muito maior divulgação! Por conseguinte, numa perspetiva de verdade, convém saber as fontes, a originalidade, o fundamento. Nada como consultar a página da Santa Sé - https://w2.vatican.va/content/vatican/pt.html - ou as Notícias do Vaticano - https://www.vaticannews.va/pt.html - ou a presença no Papa nas plataformas como Instagram ou Twitter, mas que se encontram referenciadas nas duas páginas anteriores; em Portugal, entre outras páginas fidedignas, a Agência Ecclesia e a Rádio Renascença.
       Dito isto, há muitos textos, entrevistas, mensagens que estão publicadas e acessíveis. Hoje a nossa sugestão vai para esta entrevista com Thomas Leoncini. Em vésperas do Sínodo sobre os jovens, o título é, já por si, ilustrativo, da preocupação de envolver os jovens na vida da Igreja e do mundo, preparando-os hoje, escutando-os, dando-lhes voz e vez, envolvendo-os nas decisões do presente e do futuro. Para quem escutou ou leu as homilias do Papa, mensagens, documentos, reconhece o estilo, a linguagem, o conteúdo. Com efeito, a simplicidade do Papa argentino reveste-se de profundidade, de fé, de entusiasmo, mas não de ingenuidade, como ele próprio afirmou em outras entrevistas. A coerência é visível, para quem teve oportunidade de ler homilias e entrevistas do Papa quando ainda era cardeal em Buenos Aires, ou outras intervenções anteriores.
       Na entrevista, sobressai a proposta de colocar em diálogo privilegiado os jovens e os velhos, o sonho e a esperança, a memória e o futuro, o entusiasmo e a serenidade. Com efeito, unindo os extremos poderá ser a melhor garantia para salvar a humanidade, retirando-a de manipulações, medos, instrumentalização, recusando a cultura do descarte a favor da cultura do encontro, da misericórdia, do diálogo.
       É mais um extraordinário contributo para compreender o pensamento e a vida do atual Pontífice, sem filtros, acessível, direto, sem fugir ou contornar as questões, como expectável no Servo dos Servos de Deus. O crédito às gerações presentes e futuras, os seus anseios, as suas garras, ao serviço da inclusão, da humanização das relações entre pessoas, dentro das famílias, na política e na cultura, em dinâmica de diálogo franco, sincero, frontal, mas visando o compromisso e compromisso que transformem a sociedade, o mundo deste tempo, preparando-nos para o dia de amanhã.
       Boa leitura.

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