quinta-feira, 15 de junho de 2017

VL – Maria, Mãe da Igreja e Mãe nossa

       O mês de maio desafia-nos a olhar com mais atenção para Maria, Mãe de Jesus e nossa Mãe. O primeiro dia do mês é dedicado às Mães, com uma referência muito peculiar a Santa Maria Mãe de Deus. N'Ela, as características que queremos encontrar nas nossas mães: a candura, a doçura, a capacidade de nos amar em todas as circunstâncias, de nos desculpar e justificar, a diplomacia para a paz e para unidade na família, defendendo-nos com unhas e dentes, procurando a harmonia na família, o diálogo, a disponibilidade para o esforço e sacrifício, para sofrer em nossa vez, a humildade e, em muitas situações, a sujeição à humilhação.
       A vida de Maria mostra-nos a Sua delicadeza para com aqueles que precisam de ajuda, exemplo disso a pressa em ir ao encontro de Isabel ou a intervenção junto de Jesus para agir em favor dos noivos de Caná da Galileia; prontidão para se inteirar da vida do Filho, como quando lhe trazem más notícias. Respeita a Hora do Filho mas mantém-se por perto, vigilante.
       Pelos frutos se veem as árvores. Jesus não nasceu do ar, como extraterrestre, é de carne e osso. Ele aprendeu a ser delicado com os Seus pais, Maria e José. Com o Pai, o trabalho, a profissão, os valores do respeito e da honra, da palavra dada e do compromisso. Com a Mãe, a atenção aos outros, a doçura, a humildade, o olhar terno e a capacidade de se colocar – tanto quanto possível – no lugar dos outros, com as suas necessidades e dúvidas.
       A história bíblica vai-nos mostrando que Deus é Pai que nos ama com amor de Mãe. Jesus transparece a beleza e a misericórdia de Deus Pai, nas palavras, na postura, nas imagens utilizadas, na pregação, nos gestos assumidos. O seu último desejo, contudo, aponta para a Maria, dando-no-l'A por Mãe, assumindo-nos como irmãos, afiliando-nos a Maria: Eis a tua Mãe. Eis o teu filho.
       O Papa Sorriso, João Paulo I, lembra-nos que Deus é Pai, mas é mais Mãe. Mas se a referência para o Pai a podemos encontrar em Jesus – quem me vê, vê o Pai; Eu e o Pai somos Um – a referência maternal de Deus podemos encontrá-la visível em Maria. N’Ela Deus ensina-nos a dizer sim, a amar, a despojar-nos do nosso egoísmo e até de projetos mais pessoais, para responder ao Seu chamamento e embarcar num projeto que nos leve a frutificar, como Ela que no Seu ventre nos dá Jesus, e com Jesus a Luz e a eternidade.

Publicado na Voz de Lamego, n.º 4411, de 9 de maio de 2017

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