terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

É Carnaval, ninguém leva a mal?!


A diversão, as festas, os momentos de lazer, fazem parte do nosso quotidiano. Por um lado permitem-nos descansar da rotina diária – que também é precisa, só assim faz sentido sair da rotina –, e por outro lado aproximam-nos dos outros, se aproveitarmos para conviver, para aprender, para acolher, para potenciar outros talentos.

Os tempos de descontração são bom lenitivo nas dificuldades e nas canseiras.

Seja Carnaval seja outra qualquer festa, ainda que pagã, pode ser aproveitada pelos crentes, pelos cristãos, para evangelizar.

Até para brincar é preciso ser sério.

Há quem não saiba brincar.
Há quem brinque quando não é ocasião para tal.
Há ocasiões propícias para brincar.

Quem brinca não precisa de deixar de ser sério.
Quem é pouco sério, falseia também a brincadeira e a diversão.
Quem aproveita a brincadeira para ser desonesto, perverte a beleza e a saúde da diversão.

Também nas brincadeiras dá para conhecer as pessoas.
Pode acontecer que alguns se escondam por detrás das máscaras – para tal nem precisam do Carnaval para o fazer –, para fazer mal, para prejudicar, para agredir, para ofender pessoas que à luz do dia, e sem máscaras, não o fariam. Há quem se esconda atrás da autoridade, ou da bebida, ou use terceiros para agredir e utilize o boato e o anonimato para difamar. Também isso são máscaras
A coerência de vida também passa por aqui: procurar ser iguais a nós próprios no trabalho, no lazer, nos momentos sérios da vida e nos momentos de descontração.

Quem é maltratado pode não saber quem está por detrás da máscara.
Quem faz mal, ainda que protegido pela máscara, e tiver (alguma) consciência, saberá que fez mal, agiu à falsa fé, usou a hipocrisia e a cobardia para esconder as suas debilidades físicas e/ou afetivas.

Estas palavras não são para terceiros. É para todos. Podemos passar por algum momento de fraqueza em que nos escondamos do olhar dos outros…
Estamos todos a caminho.
Quem puder e/ou quem quiser aproveite o Carnaval para se divertir não à custa dos outros, mas com os outros e para os outros. À custa dos outros, brincávamos quando éramos crianças…
São oportunas a palavras do Apóstolo São Paulo:
«Quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para glória de Deus» (1 Cor 10, 31). Quando nos estão a ver ou quando ninguém está por perto, agir com a mesma honestidade!
Texto para a VOZ DE LAMEGO, n.º 4301, ano 85/14, de 17 de fevereiro de 2015

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