segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Wm. Paul Young - A Travessia

PAUL YOUNG, A Travessia. Porto Editora. Porto 2013. 304 páginas.
       Há tempos recomendávamos o bestseller deste autor "A CABANA", livro que é uma prenda para os filhos, pelo Natal, e cujo enredo convoca ao perdão, à reconciliação com o passado, enfrentando medos e adversidades com esperança, na certeza que Deus, Pai, Filho e Espírito Santo, nos guia, nos leva pela mão mesmo quando as coisas não correm bem. A morte da filha quebra todas as seguranças, mas há que descobrir o mistério amoroso de Deus. É um livro envolvente.
        Hoje recomendámos A TRAVESSIA. Insere-se em contexto semelhante. A vida e a morte. O sofrimento e a alegria. A dúvida, a incerteza, o egoísmo. A beleza, a generosidade, o amor e o perdão. Esta vida e a vida a caminho da eternidade. De algum modo é um tema que está em voga com o aparecimento de testemunhos que falam da vida para lá da vida, em estado de coma e que insinuam, sinalizam, abrem para o mistério do pós-morte. São disso exemplo: O Céu existe mesmo ou Uma prova do Céu, que relatam "a viagem" durante o estado do coma e o regresso ao mundo da história e do tempo, trazendo uma mensagem de paz, de esperança, renovando a confiança em Deus e nos Seus desígnios.
       A Travessia é romance mas que toca o mistério da vida além da vida. A vida num estádio intermédio (Purgatório?), a proximidade da eternidade.
       Um homem de negócios cuja morte do filho deixa destroçado. Acabará por perder a esposa, com quem casa duas vezes, mas a quem repudia, fazendo-lhe a vida negra. E a filha a quem nunca abraçou com medo de a perder. Nunca tivera a coragem de lhes comunicar sentimentos. Distante e frio. A sua infância não tinha sido fácil. Órfão, passando em famílias de acolhimento, acabou por ser separado do irmão mais novo, distanciando-se dele.
       Paranóico até dizer chega. A relação com as pessoas baseia-se no lucro que lhe podem trazer. Não confia em ninguém. A determinado momento vê-se a riscar os nomes das pessoas em quem confia. Um dos nomes que não risca é o de Jesus. Altera constantemente o testamento. O último deixava tudo aos gatos, pondo de fora a ex-mulher, a filha e o irmão.
       Tem um AVC. Uma réstia de fé leva-O a Jesus. A Deus Pai que é uma menina vestida de azul. Ao Espírito Santo que é uma Avó índia. Com Deus, três pessoas, mas um Ser divino uno, vai encetar um diálogo que o vai ajudar a derrubar muralhas que criou, vai descobrir que Deus o ama, mas que há outras pessoas que o amam, apesar do mal que lhes fez. A mulher. A filha. O irmão. O seu "eu" vai ter oportunidade de entrar no corpo de uma criança, com o síndrome de Down e depois passar para outras pessoas. Na travessia terá oportunidade de corrigir o mal feito, de se redimir, de mudar a vida daqueles com quem contacato, curando feridas, restabelencendo a confiança.
        Vai descobrir a pureza e a beleza dos sentimentos que abafou em si. Mais vale tarde que nunca.
       O livro é também uma dádiva do autor à sua esposa, aos filhos e aos netos (6, para já...).

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