quinta-feira, 31 de maio de 2012

De Maria sabemos duas coisas: tem um amor e uma casa

       De Maria sabemos duas coisas: tem um amor e uma casa. Podemos prescindir de muitas coisas, mas não de uma casa nem de uma família. Podemos ser pobres de tudo; mas, para viver, precisamos de um amor ou, ainda mais, «muito amor para viver bem» (J. Maritaisn).
       ...
       A casa é o lugar onde o dono recebe o seu hóspede. Estar «na sua casa», recolhida em si, é também para Maria o modo mais adequado para receber o grande Hóspede.
       A casa é o lugar onde se faz unidade entre o que está dentro e o que está fora, através do acolhimento e da hospitalidade. O eu existe recolhendo-se e não dispersando-se. Maria começa por existir no Evangelho como recolhida em sua casa.

       O recolhimento é afastar-se das coisas de fora, para dar mais atenção a si mesmo e para demorar junto de alguém. A casa que recolhe liberta a atenção do coração da cena do mundo em ordem à proximidade, a uma familiaridade, a uma intimidade com alguém. Habitar a sua casa significa viver uma atenção liberta, que se abre a uma intimidade e a um acolhimento. De facto, Maria acolhe: o anjo, a Palavra, o Espírito, o filho.
       ... Atenta e acolhedora, a rapariga de Nazaré é virgem e será mãe.
       Recolhida e hospitaleira, com as duas características de cada casa, Maria será a casa de Deus.

ERMES RONCHI, As casas de Maria.

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