sábado, 6 de agosto de 2011

XIX Domingo do Tempo Comum - 7 de Agosto

       1 - Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!». Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus, e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus».
       2 - Quantas vezes já nos sentimos a perder o pé, sem saber o que dizer ou o que fazer? Em que situações  sentimos que a nossa vida se está a afundar e não encontramos motivos para sorrir? Em que momentos nos sentimos despedaçados sem vislumbrarmos soluções satisfatórias para as nossas dúvidas e inquietações?
       No palco da fé, como queríamos que Deus Se manifestasse de forma estrondosa, perceptível, espectacularmente, sem margem para dúvidas? Mas como nos diz o profeta, a descoberta de Deus acontece no silêncio, no amor, na tranquilidade, na paz, e não no ruído, na confusão, no barulho.
       "Senhor dirigiu-lhe a palavra, dizendo: «Sai e permanece no monte à espera do Senhor». Então, o Senhor passou. Diante d’Ele, uma forte rajada de vento fendia as montanhas e quebrava os rochedos; mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento, sentiu-se um terramoto; mas o Senhor não estava no terramoto. Depois do terramoto, acendeu-se um fogo; mas o Senhor não estava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se uma ligeira brisa. Quando a ouviu, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e ficou à entrada da gruta".
       Pedro experimenta Jesus, mas é a sua fé que é colocada à prova e definitivamente ainda não está preparado e maduro o suficiente para ser Apóstolo e muito menos chefe dos Doze. É mais uma oportunidade para Jesus mostrar a prioridade da fé. Só a fé os torna verdadeiros discípulos. Só a fé os levará a ser Apóstolos, isto é, anunciadores destemidos do Evangelho.
       Para Pedro e para os demais, o ideal era que Deus Se manifestasse espectacularmente, nos milagres, nos estrondos, com uma evidência tal que não houvesse margem para dúvidas. Mas então já não seria fé, mas a constatação de uma realidade. Como experimenta Elias, Deus encontra-Se na quietude, no silêncio, na brisa da tarde, e conta connosco para Se manifestar no mundo.

       3 - Por um lado, descobrimos também, com o gesto de Cristo, que Deus está sempre pronto para nos estender a mão, sobretudo nos momentos mais frágeis da nossa vida. É Ele que nos carrega aos homens quando nos sentimos sós, quando sentimos que não temos pé, quando a vida nos foge como a areia por entre os dedos da mão.
       Por outro lado, e para nossa tranquilidade, mas também como desafio, a certeza que só em Deus a nossa confiança é absoluta, só Ele garante que em nenhuma circunstância nos afundamos, por mais difíceis que sejam as situações com que lidarmos no dia a dia.

       4 - O Apóstolo Paulo, tal como os Doze, teve que fazer um percurso interior intenso, de procura, de descoberta, de encontro, com Deus, com a verdade, com Jesus Cristo. E tal como aconteceu com os outros Apóstolos, também com Paulo, o encontro com Jesus Cristo altera tudo, e para sempre a sua vida será diferente. Depois da conversão, do encontro com Jesus, Paulo nunca mais deixará de referir a sua vida ao tempo anterior e posterior a Cristo. Não deixará de testemunhar, em palavras, pregando e escrevendo às comunidades, e em gestos, o Evangelho de Jesus Cristo.
       À comunidade de Roma, Paulo apontará os caminhos de Jesus Cristo, a graça e a fé como oportunidades de encontro com Deus. Dá testemunho com os vários momentos que preencheram a sua vida como Apóstolo, andando de terra em terra, preso, perseguido, mas superando tudo em nome do mesmo Jesus Cristo.
       Hoje de novo, Paulo atesta este testemunho: "Em Cristo digo a verdade, não minto, e disso me dá testemunho a consciência no Espírito Santo: Sinto uma grande tristeza e uma dor contínua no meu coração. Quisera eu próprio ser anátema, separado de Cristo para bem dos meus irmãos, que são do mesmo sangue que eu, que são israelitas, a quem pertencem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas, a quem pertencem os Patriarcas e de quem procede Cristo segundo a carne, Ele que está acima de todas as coisas, Deus bendito por todos os séculos. Amen".
       A vontade do Apóstolo é que todos descobrissem a beleza da Palavra de Deus e a urgência de Jesus Cristo como presente e futuro que Deus oferece a todos.

Textos para a Eucaristia (ano A): 1 Reis 19, 9a.11-13a; Rom 9, 1-5; Mt 14, 22-33.

Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço.
Reflexão do Evangelho na Terça-feira, 2 de Agosto de 2011.

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