terça-feira, 31 de agosto de 2010

A velhinha mal humorada.

Lindo PPs recebido de uma amiga, via gmail , transformado em vídeo para inserção no youtube.
Assista, reflicta e tire suas conclusões.

A tua Palavra é azeite nas minhas feridas

       Marcela Candara em mais uma belíssima melodia, taduzida por nenorodrigues, Faz-te ao Largo:

O Espírito que nos vem de Deus

       Ninguém conhece o que há em Deus, senão o Espírito de Deus. Nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que vem de Deus, para conhecermos os dons da graça de Deus. Para falarmos desses dons, não usamos a linguagem ensinada pela sabedoria humana, mas a linguagem que o Espírito de Deus nos ensina, exprimindo em termos espirituais as realidades espirituais (1 Cor 2, 10b-16).
       Optámos de novo pelo texto de São Paulo, no qual se acentua a compreensão da Palavra de Deus e dos dons do Espírito Santo pelo mesmo Espírito que recebemos. Não é a carne e o sangue que nos revelam os mistérios de Deus, mas o Espírito Santo que nos é dado em Jesus Cristo.
       Daí e de novo a importância da humildade diante da grandiloquência do mistério de Deus. Deixar que o Espírito Santo seja fonte de compreensão e de acolhimento dos dons de Deus.

O Amor vai Além, (a Ponte e o Trem).

Você daria a vida de quem mais ama, pela vida de quem não conhece? Bom assista este vídeo talvez você mude de ideia. A capacidade de amar vai além do que podemos imaginar e nos faz ir além do que podemos...Um dos melhores vídeos que eu já vi, para ilustrar o amor de Deus. Assista e reflicta

Ninguém tem amor maior do que Aquele que dá a vida por aqueles que ama.


segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A Mensageira da Providência

Em 1837, por volta das onze horas da manhã, José Cottolengo deixou a "Pequena casa", retornando meia hora depois, completamente pálido e abatido.

Irmã Gabriela, que cuidava da recepção, vendo-o chegar tão ansioso e arrasado, pergunta-lhe o que está acontecendo, se ele está sofrendo ou se necessita de alguma coisa.

"Não" - responde ele -. "Eu só estou precisando de repouso, sem que ninguém me incomode." Não obstante, a religiosa lhe oferece uma bebida, um chá de ervas, e volta ao seu posto.

Pouco depois, uma senhora desconhecida se apresenta, e pede para falar com Cottolengo. Com uma voz maravilhosamente suave, ela diz, com muita delicadeza, que, longe de contrariar o Padre, a sua visita lhe seria agradável, e pediu que Irmã Gabriela, a encarregada da portaria, passasse por cima da ordem recebida - a de não incomodá-lo -, e que o chamasse.

Espantada com as doces palavras pronunciadas, a irmã fixa os olhos na sua interlocutora e nota-lhe um porte tão majestoso, os olhos tão brilhantes que ela se sente tomada por um grande sentimento de admiração e respeito, a ponto de não mais ousar dirigir-lhe o olhar.

Irmã Gabriela corre, então, para avisar Cottolengo e lhe descreve o ar distinto e majestoso da Senhora que chegara.

Assim que Cottolengo chegou até onde estava a senhora, esta começou a consolá-lo de suas aflições e desgosto; encorajou-o, dizendo-lhe que devia confiar, sempre, na divina Providência. Em seguida, deu-lhe um anel com uma pedra preciosa, e disse: "Isto servirá para pagar uma parte de suas dívidas. O que restar dela será pago de outra forma." Ela o anima, novamente, e parte.

Irmã Gabriela que, durante este tempo, tentava adivinhar quem seria aquela senhora, desejava fixar seus olhos nela, antes que partisse; contudo, o respeito que lhe havia inspirado o seu primeiro olhar fora tão profundo, que ela não ousou levantar os olhos para contemplá-la.

Desejosa, entretanto, de saber alguma coisa de concreta, a irmã se dirigiu novamente para perto do padre e o encontrou repousado, rejuvenescido e bem feliz.

- Padre, disse-lhe toda contente, afinal, quem é esta senhora tão majestosa que eu não ousei olhar, não ousei fixar meus olhos em seus olhos?

- Esta senhora, respondeu-lhe o santo, não veio daqui debaixo, como a senhora possa, talvez, imaginar; e sim, do alto. Era a Santíssima Virgem.

Só então, contou-lhe o acidente que tivera, confessando-lhe que, se havia retornado à "Pequena Casa" tão transtornado, era porque um dos seus credores o havia ultrajado e maltratado na rua, de maneira brutal.

in Vida de São Joseph-Benoit Cottolengo de Monsenhor Constans, p.293

Vivência em grupo

       1 – A vivência em grupo nem sempre é fácil. E quando falamos em grupo referimo-nos a pessoas que se orientam para uma mesma finalidade, através do diálogo, do empenho, da colaboração, do compromisso numa determinada situação e/ou projecto a levar a efeito.
       Para se formar um grupo, desportivo, cultural, político, recreativo, um grupo de jovens, ou um qualquer grupo, é inevitável o diálogo, a escuta, a cedência de alguns dos nossos pontos de vista, implica que vamos ao encontro do outro, que nos dispomos a colaborar activamente nos projectos que conjuntamente nos propusemos.
       Até faríamos um pouco diferente, isoladamente, mas fazemo-lo em conjunto, com o contributo dos outros, sem nos demitirmos das nossas convicções. Mas que estas não sejam desculpas para sermos desleais, ou para que tudo seja somente como eu quero, como eu defendo... o que vem do outro é dispensável, podemos deixar para outra altura. Cuidado podemos estar a destruir o grupo.
       Por outro lado e outra tentação, é o pertencermos a este ou àquele grupo, não por convicção, ou para trabalharmos em conjunto, mas apenas para e enquanto esse grupo nos serve, apenas e enquanto esse grupo me dá projecção ou me ajuda a atingir os meus objectivos pessoais.
       Em grupo tenho de aprender a dialogar, a cooperar, a servir, a pôr-me no lugar do outro, a compreendê-lo e a entender-me com ele.

       2 – Jesus pressente o incómodo dos seus discípulos quando lhes anuncia as dificuldades por que vai passar, a perseguição, a calúnia, a própria morte (Mc 9, 30-37). Os discípulos, presos a velhas concepções religiosas, aguardam como tantos outros a vitória de Jesus sobre grupos rivais e que se opõem ao judaísmo e, mais, esperam ocupar um lugar de destaque quando o Mestre se apresentar como vencedor para governar.
       Mais uma vez Jesus não contorna nem amacia a verdade. O filho do Homem vem para servir, assim também aqueles que O seguem. Entre vós não seja assim, isto é, não procureis o poder sobre os outros: "Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos". No Reino de Deus, a prevalência vai para o serviço, para a partilha e para a comunhão.
       É também neste sentido que Jesus lhes apresenta uma criança, na sua inocência, na sua disponibilidade, na generosidade do seu sorriso. E, deste modo, quem acolher uma criança acolhe o próprio Senhor. Serviço gratuito e desinteressado. A criança não sabe e não tem como agradecer.

Editorial Voz Jovem, n.º 90, Setembro 2007

Não saber nada a não ser Jesus Cristo

       Quando fui ter convosco, irmãos, não me apresentei com sublimidade de linguagem ou de sabedoria a anunciar-vos o mistério de Deus. Pensei que, entre vós, não devia saber nada senão Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado. Apresentei-me diante de vós cheio de fraqueza e de temor e a tremer deveras. A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus (1 Cor 2, 1-5).
       As palavras de São Paulo aos coríntios são muito expressivas. A sua humildade resulta da sua proximidade a Jesus Cristo. Tantas vezes o ouviremos dizer que se fez tudo em Cristo, para que fosse Cristo a falar, a trabalhar, através do Espírito Santo.
       Hoje de novo se apresenta à comunidade com o essencial: Jesus Cristo.
       A riqueza material, a sabedoria humana, os talentos, a instrução académica, e tudo o que nos caracteriza, são verdadeiramente significativos se deixarem que o mais importante se manifeste: a graça de Deus.

domingo, 29 de agosto de 2010

Martírio de S. João Batista


A festa do martírio de São João Baptista remonta ao século V, na França; e ao século VI, em Roma. Está ligada à dedicação da igreja construída em Sebaste, na Samaria, no suposto túmulo do Precursor de Jesus. O próprio Jesus apresenta-nos João Baptista:

Ao partirem eles, começou Jesus a falar a respeito de João às multidões: "Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Mas que fostes ver? Um homem vestido de roupas finas? Mas os que vestem roupas finas vivem nos palácios dos reis. Então, que fostes ver? Um profeta? Eu vos afirmo que sim, e mais do que um profeta. É dele que está escrito: " eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti. Em verdade vos digo que, entre os nascidos de mulher, não surgiu nenhum maior do que João, o Baptista, e, no entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele ..." (Mateus 11:2-11).

O martírio de João Baptista liga-se à denúncia profética das injustiças cometidas pelos poderosos, inclusive o luxo da corte, cujo desfecho fatal é a morte do inocente e a opressão dos marginalizados.

São João Baptista

"Obrigado, Senhor, pela vinda de João Baptista que preparou os caminhos do anúncio do Reino”.

ORAÇÃO
Concedei, Deus todo-poderoso, que a vossa família siga pelo caminho da salvação e, atenta às exortações de São João Baptista, chegue ao redentor que ele anunciou. Amém

FREI GIRIBONE (Ordem dos Carmelitas Descalços)

Humildade: a arte de voar

sábado, 28 de agosto de 2010

Aumente as CHAMAS da vida...

        Conta-se que seis homens ficaram presos numa caverna por causa de uma avalanche de neve.Teriam que esperar até o amanhecer para receber socorro. Cada um deles trazia um pouco de lenha e havia uma pequena fogueira ao redor da qual eles se aqueciam.
       Eles sabiam que se o fogo apagasse todos morreriam de frio antes que o dia clareasse.
       Chegou a hora de cada um colocar sua lenha na fogueira. Era a única maneira de poderem sobreviver.
       O primeiro homem era racista. Ele olhou demoradamente para os outros cinco e descobriu que um deles tinha a pele escura. Então, raciocinou consigo mesmo: “aquele negro! Jamais darei minha lenha para aquecer um negro”. E guardou-a protegendo-a dos olhares dos demais.
       O segundo homem era um rico avarento. Estava ali porque esperava receber os juros de uma dívida. Olhou ao redor e viu um homem da montanha que trazia sua pobreza no aspecto rude do semblante e nas roupas velhas e remendadas. Ele calculava o valor da sua lenha e, enquanto sonhava com o seu lucro, pensou: “eu, dar a minha lenha para aquecer um preguiçoso”, nem pensar.
       O terceiro homem era negro. Seus olhos faiscavam de ressentimento. Não havia qualquer sinal de perdão ou de resignação que o sofrimento ensina. Seu pensamento era muito prático: “é bem provável que eu precise desta lenha para me defender. Além disso, eu jamais daria minha lenha para salvar aqueles que me oprimem”. E guardou suas lenhas com cuidado.
       O quarto homem era um pobre da montanha. Ele conhecia mais do que os outros os caminhos, os perigos e os segredos da neve. Este pensou: “esta nevasca pode durar vários dias. Vou guardar minha lenha.”
       O quinto homem parecia alheio a tudo. Era um sonhador. Olhando fixamente para as brasas, nem lhe passou pela cabeça oferecer a lenha que carregava. Ele estava preocupado demais com suas próprias visões (ou alucinações?) para pensar em ser útil.
       O último homem trazia nos vincos da testa e nas palmas calosas das mãos os sinais de uma vida de trabalho. Seu raciocínio era curto e rápido. “esta lenha é minha. Custou o meu trabalho. Não darei a ninguém nem mesmo o menor dos gravetos”.
       Com estes pensamentos, os seis homens permaneceram imóveis. A última brasa da fogueira se cobriu de cinzas e, finalmente apagou.
       - No alvorecer do dia, quando os homens do socorro chegaram à caverna encontraram seis cadáveres congelados, cada qual segurando um feixe de lenha. Olhando para aquele triste quadro, o chefe da equipe de socorro disse: “o frio que os matou não foi o frio de fora, mas o frio de dentro”.

(Autor Desconhecido)

XXII Domingo Tempo Comum - 29 de Agosto

(reposição da reflexão dominical)

       1 - A arrogância e a prepotência desembocam na destruição e na morte.
       A humildade, ao invés, conduz à abertura aos outros, ao diálogo, ao acolhimento (dos outros e das suas ideias), à generosidade com o semelhante, à partilha solidária, constrói, prepara-nos para a comunhão, para a vida, para nos tornarmos comunidade, povo.
       Olhámos para a história e facilmente constatámos que os grandes homens e mulheres foram pessoas simples, humildes, capazes de ouvir, de corrigir, de aceitar ajuda e de prestar auxílio, pessoas sábias: Madre Teresa de Calcutá, Padre Damião, João Paulo II, Gandhi, Martin Luther King, Pai Américo, São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresinha.
       Em contraposição, figuras megalómanas como Hitler, Saddam Hussein, Lenine, Mao Tsé-tung, imperadores romanos, Napoleão Bonaparte, que levaram à destruição da própria vida e da vida de pessoas e/ou povos que deveriam servir.
       Obviamente, e porque a vida não é branco e preto, existem muitas pessoas que se tornaram famosas, geniais, que ajudaram a desenvolver o mundo, em dinâmica de prepotência e egoísmo. Cremos, no entanto, que sob a capa da arrogância houve momentos de humildade e de generosidade, ainda que num sentido geral e a favor da humanidade.
       2 - A liturgia da palavra deste domingo convida à humildade perante o mistério de Deus, na certeza de que Deus Se revela preferentemente aos simples, pois só eles sabem escutar e compreender o mistério insondável da vida e da salvação.
       Jesus, muitas vezes, há-de repetir que Deus Se revela aos pequeninos, dizendo que o reino dos Céus é dos que são como crianças, na simplicidade de coração.
       Uma pessoa arrogante e/ou prepotente centra-se em si mesma, fecha-se aos outros, à novidade de Deus, ao futuro, à esperança, à sabedoria humana e divina. Com efeito, ouvimos na primeira leitura, "a desgraça do soberbo não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. O coração do sábio compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria".
       Esta humildade exprime-se e pratica-se no dia-a-dia. Diz-nos Jesus, "quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar"... pode acontecer que te retirem para um lugar mais distante! "Quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos". Humildade perante o "Senhor" e humildade, transformada em generosidade, diante dos mais pobres.

       3 - O início do caminho faz-se de humildade, que leva à conversão e à sabedoria e que nos torna capazes de Deus.
       A grandeza do mistério de Deus só é compaginável com a humildade de coração.
       "Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova aliança" (Segunda Leitura).
       Só com disponibilidade interior nos tornamos dóceis ao Espírito Santo e aptos para a inclusão do mistério de Cristo na nossa vida.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Sir 3,19-21.30-31; Heb 12,18-19.22-24a; Lc 14,1.7-14

Santo Agostinho, Bispo e doutor da Igreja


Oração (de colecta):
       Renovai, Senhor, na vossa Igreja o espírito com que enriquecestes o bispo Santo Agostinho, para que, animados pelo mesmo espírito, tenhamos sede só de Vós, única fonte de sabedoria, e só em Vós, origem do verdadeiro amor, descanse o nosso coração. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Oração do Jovem

Ó Cristo Jesus,
Tu foste jovem como eu.
Soubeste como ninguém
viver os anos mais belos da Tua vida.
Deste-me exemplo de uma juventude
sem sombras nem pesadelos.
Conheces o meu coração
e as minhas aspirações.
Conheces também as minhas ansiedades
e sabes como é difícil ser jovem hoje.
Ensina-me a ser jovem.
Dá-me um coração bom e puro,
manso e humilde como o Teu.
Purifica os meus pensamentos e desejos,
os meus olhares, palavras e acções.
Põe no meu coração
os Teus sentimentos de amor,
de entusiasmo e de disponibilidade
para realizar a vontade do Pai.
Torna-me capaz de anunciar
a Verdade, a Paz, o Amor
e de fazer de Ti o Coração do Mundo.
Quero, com a Tua ajuda,
testemunhar o Evangelho,
para que o mundo se torne mais belo
e os homens vivam como irmãos.
Amén!

in http://www.leodehon.com

A elegância do comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.
É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.
É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto.
É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-las nas pessoas que não usam um tom superior de voz.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.
Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.
Sobrenome, jóias, e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.
Educação enferruja por falta de uso.

"LEMBRE-SE de que colheremos, infalivelmente aquilo que houvermos semeado.

Se estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas. Fique alerta quanto ao momento presente. Plante apenas sementes de sinceridade e de amor, para colher amanhã os frutos doces da alegria e da felicidade. Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou."

Autor desconhecido

A doçura do Céu


Como deve ser maravilhoso o Céu. Tantas coisas bonitas lá deve haver. Porém a maior de todas as alegrias é poder contemplar Deus face-a-face. Vejamos este pequeno fatinho de São Francisco de Assis; o santo que ocupa o lugar de um Serafim no Céu; por isso é chamado de Santo Seráfico.

São Francisco de Assis, já muito debilitado do corpo, começou a pensar na desmesurada glória e gáudio dos bem-aventurados à vida eterna; e por isso começou a pedir a Deus que lhe concedesse a graça de experimentar um pouco daquele gáudio. E estando neste pensar, subitamente lhe apareceu um anjo com grandíssimo esplendor, o qual tinha um violino na mão esquerda e o arco na direita e, estando S. Francisco todo estupefacto pelo aspecto desse anjo, ele passou uma vez o arco sobre o violino, e subitamente tanta suavidade de melodia dulcificou a alma de S. Francisco e a suspendeu de todo sentimento corporal, que, segundo o que ele contou depois aos companheiros, não duvidava, se o anjo puxasse o arco para baixo, que pela intolerável doçura a alma se não partisse do corpo.


São Francisco de Assis, Editora Vozes, 1973, pp 142/143, retirado do blog "Almas Castelos"

A Paz que confia em DEUS

       «O coração alcança paz quando, depois de ter sido ferido ou humilhado, confia a Deus, sem hesitar um instante sequer, aqueles que o feriram ou maltrataram.

       Não perdoamos para que o outro mude.
       Seria um acto calculista que nada tem a ver com a gratuidade do amor evangélico.
Perdoamos por causa de Cristo.
Perdoar é ir ao ponto de renunciar saber o que o outro vai fazer desse perdão

Irmão Roger, em "Em tudo a paz do coração", in Conhecer e Seguir Jesus.

Santa Mónica, Mãe de Santo Agostinho


Oração (de colecta);
       Senhor nosso Deus, consolação dos que choram, Vós que atendestes misericordiosamente as lágrimas de Santa Mónica pela conversão do seu filho Agostinho, concedei-nos, pela intercessão da mãe e do filho, que saibamos chorar os nossos pecados para alcançar a graça do vosso perdão. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Provérbios do mundo

Não há árvore que o vento não tenha abanado.


"A sabedoria da vida é sempre mais profunda e mais vasta do que a sabedoria dos homens." (Máximo Gorki)

Oração à Santa Mónica

Modelo de esposas e mães cristãs – (27 de Agosto)

Ó Esposa e Mãe exemplar, Santa Mónica:
Tu que experimentastes as alegrias e as dificuldades da vida conjugal;
Tu que conseguiste levar à fé teu esposo Patrício, homem de carácter desregrado e irascível;
Tu que chorastes tanto e oraste dia e noite por teu filho Agostinho e não o abandonaste mesmo quando te enganou e fugiu de ti.
Intercede por nós, ó grande Santa, para que saibamos transmitir a fé em nossa família; para que amemos sempre e realizemos a paz.
Ajuda-nos a gerar nossos filhos também à vida da Graça; conforta-nos nos momentos de tristeza e alcança-nos da Santíssima Virgem, Mãe de Jesus e Mãe nossa, a verdadeira paz e a Vida Feliz.

Amém.

Santa Mónica, rogai por nós.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Vida...


O dia mais belo: hoje
A coisa mais fácil: errar
O maior obstáculo: o medo
O maior erro: o abandono
A raiz de todos os males: o egoísmo
A distracção mais bela: o trabalho
A pior derrota: o desânimo
Os melhores professores: as crianças
A primeira necessidade: comunicar-se
O que traz felicidade: ser útil aos demais
O pior defeito: o mau humor
A pessoa mais perigosa: a mentirosa
O pior sentimento: o rancor
O presente mais belo: o perdão
O mais imprescindível: o lar
A rota mais rápida: o caminho certo
A sensação mais agradável: a paz interior
A maior protecção efectiva: o sorriso
O maior remédio: o optimismo
A maior satisfação: o dever cumprido
A força mais potente do mundo: a fé
As pessoas mais necessárias: os pais
A mais bela de todas as coisas: O AMOR!!!



“VOU A PASSAR PELA VIDA UMA SÓ VEZ, POR ISSO, QUALQUER COISA BOA QUE EU POSSA FAZER, OU ALGUMA AMABILIDADE QUE POSSA FAZER A UM SER HUMANO, DEVO FAZÊ-LO AGORA, PORQUE NÃO PASSAREI DE NOVO POR AQUI”. 

Madre Teresa de Calcutá

Abandonar as roupas usadas...

O que é ser Feliz

Madre Teresa de Calcutá - o filme

Amar com o amor de Deus

“Servir aos pobres não é só dar de comer a quem não tem pão. A caridade é sobretudo amar com o amor de Deus e isso pode fazer-se de muitas maneiras, em toda a parte.” (Madre Maria do Carmo)

Para a Irmã Maria do Carmo, responsável pelas Missionárias da Caridade na Península Ibérica, esta é a perspectiva que orienta a congregação católica instituída por Madre Teresa de Calcutá.

“Temos de estar atentas e procurar encontrar onde é que Jesus tem sede, hoje e agora, no sítio onde estamos..."

“Procuramos ser uma ajuda que não é a longo termo, mas na emergência, e depois tentamos encaminhar a pessoa para uma organização que a acompanhe de uma maneira mais contínua e prolongada...”

Esta responsável fundamenta a opção pelo imediato com a vontade de fundadora, expressa nestas palavras: “caridade para hoje, justiça para amanhã”.

Madre Teresa de Calcutá - 100 anos

       Em Skopje, capital da Macedónia, pequena cidade com cerca de vinte mil habitantes, nasceu, a 26 de Agosto de 1910, Ganxhe Bojaxhiu. A sua família era católica e pertencia à minoria albanesa que vivia no Sul da antiga Jugoslávia. Um dia após o seu nascimento, Ganxhe recebeu o Baptismo e a sua educação teve lugar numa escola estatal durante os tristes anos da Primeira Guerra Mundial. Com um timbre de voz muito suave e harmonioso, a pequena Ganxhe tornou-se solista do coro da igreja da sua aldeia e, mais tarde, chegou a dirigir esse mesmo coro paroquial.
       Em 1912, quando Ganxhe tinha apenas dois anos, Skopje libertou-se do domínio turco e conseguiu a sua independência. Tornou-se a capital da República albanesa da Macedónia. Poucos anos depois, caiu sob o poder sucessivo da Sérvia, Grécia e Bulgária.
       Na célula familiar, e devido ao fervor religioso de sua mãe, Drana, a menina começou a dar sinais de vocação religiosa. Tinha na altura 12 anos. Ganxhe Bojaxhiu e seus dois irmãos mais velhos - Age e Lázaro - mantinham uma relação agradável. Lázaro, que morreu em 1981, chegou a relatar que naquela família “nada faltava porque o pai tinha um negócio de materiais de construção, em sociedade com um italiano, e possuía duas casas com jardim”.
       Com a morte do pai surgiram dificuldades financeiras, mas a religiosidade naquela família intensificou-se. Nas idas de Drana e seus filhos ao Santuário da Virgem de Letnice, a mais nova da prole – a futura Teresa - gostava de ficar sozinha durante os ofícios religiosos. O mesmo acontecia nas visitas diárias à Igreja da Paróquia do Sagrado Coração. “Ganxhe permanecia horas em silêncio” – relatou a mãe.
       Para além desta vivência espiritual, o Pe. Frnajo Jambrekovic descobriu que Ganxhe gostava muito de ler os relatos dos missionários. Leitora assídua deste género literário-religioso, a jovem «perdia horas» a beber as crónicas que os jesuítas de Skopje enviavam sobre o seu trabalho missionário na Índia. “Não tinha completado ainda 12 anos, quando senti o desejo de ser missionária" - contou, mais tarde, Madre Teresa.

Vigiai, não sabeis os dia...

       Disse Jesus aos seus discípulos: "Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem" (Mt 24, 42-51).
      Jesus alerta os seus discípulos, daquele e deste tempo, para em todo o tempo estarem vigilantes. Deus pode chamar-nos a qualquer momento. Adiar os projectos para o futuro, para quando houver mais tempo, mais disponibilidade económica, para quando a vida estiver bem organizada, é um erro. Essa hora futura pode nunca chegar.
       Deixar o bem para amanhã, ser justos e honestos quando as circunstâncias forem mais favoráveis, é um erro, pois não sabemos se esse tempo chegará.
       Importa valoriar o tempo presente, comprometendo-nos desde já com o bem, com a justiça, com os outros, com Deus.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Deus ama-me incondicionalmente!

       «Trata-se de uma autêntica revolução interior: proceder de maneira a não me apoiar no amor que tenho a Deus, mas exclusivamente no amor que Deus me tem...
       Quando já não acreditares no que podes fazer por Deus, continua a acreditar no que Deus pode fazer por ti...
       Deus não me ama por causa do bem de que sou capaz, do amor que Lhe tenho, mas ama-me de uma maneira absolutamente incondicional, por causa de Si mesmo, da Sua misericórdia e da Sua infinita ternura, unicamente em virtude da Sua Paternidade para comigo.
       Esta experiência produz um grande abalo na vida cristã, que vem a ser uma graça imensa: o fundamento da minha relação com Deus, da minha vida, não mais está em mim, mas total e exclusivamente em Deus.»

Jacques Philippe, em "A Liberdade Interior", in Abrigo dos Sábios.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O poder das palavras...

A palavra mais bonita: LEALDADE – Ofereça-a
A palavra mais egoísta: EU – Evite-a
A palavra mais satisfatória: NÓS – Use-a
A palavra mais venenosa: INVEJA – Destrua-a
A palavra mais usada: AMOR – Valorize-a
A palavra mais prazerosa: SORRISO – Mantenha-o
A palavra mais prejudicial: MENTIRA – Ignore-a
A palavra mais difícil: HUMILDADE – Pratique-a
A palavra mais destruidora: MÁGOA – Perdoe
A palavra mais poderosa: CONHECIMENTO – Busque-o

As palavras essenciais: CONFIANÇA EM DEUS – Acredite!

São Bartolomeu, Apóstolo


Oração (de colecta):
       Senhor, fortalecei em nós a fé pela qual o apóstolo São Bartolomeu se consagrou de coração sincero a Cristo vosso Filho e concedei, por sua intercessão, que a vossa Igreja seja o sacramento de salvação para todos os povos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Humildade...

Caminho estreito

       «Custa a crer que Deus nos revelaria a sua divina presença na vida de autodespojamento e humildade do Homem de Nazaré. Uma grande parte de mim procura influência, poder, sucesso e popularidade. Mas o caminho de Jesus é o do recato, da falta de poder e da pequenez. Não parece um caminho muito atraente. E, no entanto, quando penetrar na verdadeira, profunda comunhão com Jesus, descobrirei que é este caminho estreito que conduz à paz e à alegria verdadeiras.(...)
       Continuo tão dividido. Desejo sinceramente seguir-te, mas quero igualmente seguir os meus próprios desejos e ainda dou ouvidos às vozes que falam de prestígio, de sucesso, de reconhecimento humano, de prazer, de poder e de influência. Ajuda-me a ficar surdo a essas vozes mais atento à tua voz, que me chama a escolher o caminho estreito...
       Em todos os momentos da minha vida tenho que escolher o teu caminho. Tenho de escolher pensamentos que sejam os teus pensamentos, palavras que sejam as tuas palavras e acções que sejam as tuas acções. Não existem nem tempos nem lugares sem escolhas. E eu sei quanto resisto a escolher-te. »

Henri Nouwen, em "A caminho de Daybreak", in Conhecer e Seguir Jesus.

domingo, 22 de agosto de 2010

Saudade é AMOR que fica!

No início da minha vida profissional, senti-me atraído em tratar crianças e me entusiasmei com a oncologia infantil.

Nós médicos somos treinados para nos sentirmos "deuses". Só que não o somos! Não acho o sentimento de omnipotência de todo ruim, se bem dosado. É este sentimento que nos ajuda a vencer desafios, a se rebelar contra a morte e a tentar ir sempre mais além. Se mal dosado, porém, este sentimento será de arrogância e prepotência.
Quando perdemos um paciente, voltamos à planície, experimentamos o fracasso e os limites que a ciência nos impõe e entendemos que não somos deuses.

Recordo-me com emoção do Hospital do Câncer de Pernambuco, onde dei meus primeiros passos como profissional. Nesse hospital, comecei a frequentar a enfermaria infantil, e a me apaixonar pela oncopediatria. Mas também comecei a vivenciar os dramas dos meus pequenos pacientes, que via como vítimas inocentes desta terrível doença que é o câncer.
Com o nascimento da minha primeira filha, comecei a me acovardar ao ver o sofrimento destas crianças. Até o dia em que um anjo passou por mim.

Meu anjo era uma criança já com 11 anos, calejada por 2 anos de tratamentos, hospitais, exames e todos os desconfortos trazidos pela quimioterapia e radioterapia. Mas nunca vi meu anjo fraquejar. Já a vi chorar sim, muitas vezes, mas não via fraqueza em seu choro. Via medo em seus olhinhos algumas vezes, e isto é humano! Mas via confiança e determinação.

Um dia, cheguei ao hospital de manhã cedinho e encontrei meu anjo sozinho no quarto. Perguntei pela mãe e ouvi uma resposta que ainda hoje não consigo contar sem vivenciar profunda emoção.

Meu anjo respondeu:

- Tio, às vezes minha mãe sai do quarto para chorar escondido nos corredores. Quando eu morrer, acho que ela vai ficar com muita saudade de mim. Mas eu não tenho medo de morrer, tio. Eu não nasci para esta vida!

Pensando que crianças assistem seus heróis morrerem e ressuscitarem nos seriados e filmes, indaguei: - E o que morte representa para você, querida?

- Olha tio, quando a gente é pequena, às vezes, vamos dormir na cama do nosso pai e no outro dia acordamos no nosso quarto, em nossa própria cama não é?

(Lembrei que minhas filhas costumavam dormir no meu quarto e após dormirem eu procedia exactamente assim.)

- É isso mesmo, e então?

- Quando nós dormimos, nosso pai vem e nos leva nos braços para o nosso quarto, para nossa cama, não é?

- Você é muito esperta!

- Olha tio, eu não nasci para esta vida! Um dia eu vou dormir e o meu Pai vem me buscar. Vou acordar na casa Dele, na minha vida verdadeira!

Boquiaberto, não sabia o que dizer. Chocado com o pensamento deste anjinho, com a maturidade que o sofrimento acelerou, com a visão e grande espiritualidade desta criança, fiquei parado, sem acção.

- E minha mãe vai ficar com muitas saudades minha, emendou ela.

Emocionado, travado na garganta, perguntei: - E o que saudade significa para você, meu anjo?

- Não sabe não tio? Saudade é o amor que fica!

Hoje, aos 53 anos de idade, desafio qualquer um a dar uma definição melhor, mais directa e mais simples para a palavra saudade: é o amor que fica!

Um anjo passou por mim...

Foi enviado para me dizer que existe muito mais entre o céu e a terra, do que nos permitimos enxergar. Que geralmente, absolutilizamos tudo que é relativo (carros novos, casas, roupas de grife, jóias) enquanto relativizamos a única coisa absoluta que temos, nossa transcendência.

Meu anjinho já se foi, há longos anos. Mas deixou uma lição que ajudou a melhorar a minha vida, a tentar ser mais humano e carinhoso com meus doentes, a repensar meus valores.

Que bom que existe saudade! O amor que ficou é eterno.

Rogério Brandão, Médico oncologista

Festa de Carrazedo - Senhor do Calvário

       A comunidade paroquial de Carrazedo, lugar da Freguesia de Pinheiros, realiza a sua festa popular no terceiro Domingo de Agosto, em honra do Senhor do Calvário. No que ao momento religioso diz respeito a celebração da Santa Missa, junto à Capela do Senhor do Calvário, precedida e finalizada com a Proocissão, da Igreja Paroquial à Capela e vice-versa.
       Este ano, a Procissão contou com a animação dos "bombos de Barcos", ajudando a animar a festa também durante a tarde.

sábado, 21 de agosto de 2010

XXI Domingo Tempo Comum - correcção

       Por erro nosso, baseámos a Reflexão Dominical nas Leituras propostas para o XXII Domingo do Tempo Comum e só nos apercebemos da falha na preparação da Eucaristia Vespertina. A reflexão apresentada é enquadrada para o próximo Domingo. Para o XXI Domingo do Tempo Comum poder-se-á consultar a página da Conferência Episcopal Portuguesa, Ecclesia, donde recolhemos os textos bíblicos, onde é apresentada uma reflexão para cada domingo.

Humildade diante do mistério de DEUS

       1 - A arrogância e a prepotência desembocam na destruição e na morte.
       A humildade, ao invés, conduz à abertura aos outros, ao diálogo, ao acolhimento (dos outros e das suas ideias), à generosidade com o semelhante, à partilha solidária, constrói, prepara-nos para a comunhão, para a vida, para nos tornarmos comunidade, povo.
       Olhámos para a história e facilmente constatámos que os grandes homens e mulheres foram pessoas simples, humildes, capazes de ouvir, de corrigir, de aceitar ajuda e de prestar auxílio, pessoas sábias: Madre Teresa de Calcutá, Padre Damião, João Paulo II, Gandhi, Martin Luther King, Pai Américo, São Francisco de Assis, São Domingos de Gusmão, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresinha.
       Em contraposição, figuras megalómanas como Hitler, Saddam Hussein, Lenine, Mao Tsé-tung, imperadores romanos, Napoleão Bonaparte, que levaram à destruição da própria vida e da vida de pessoas e/ou povos que deveriam servir.
       Obviamente, e porque a vida não é branco e preto, existem muitas pessoas que se tornaram famosas, geniais, que ajudaram a desenvolver o mundo, em dinâmica de prepotência e egoísmo. Cremos, no entanto, que sob a capa da arrogância houve momentos de humildade e de generosidade, ainda que num sentido geral e a favor da humanidade.
       2 - A liturgia da palavra deste domingo convida à humildade perante o mistério de Deus, na certeza de que Deus Se revela preferentemente aos simples, pois só eles sabem escutar e compreender o mistério insondável da vida e da salvação.
       Jesus, muitas vezes, há-de repetir que Deus Se revela aos pequeninos, dizendo que o reino dos Céus é dos que são como crianças, na simplicidade de coração.
       Uma pessoa arrogante e/ou prepotente centra-se em si mesma, fecha-se aos outros, à novidade de Deus, ao futuro, à esperança, à sabedoria humana e divina. Com efeito, ouvimos na primeira leitura, "a desgraça do soberbo não tem cura, porque a árvore da maldade criou nele raízes. O coração do sábio compreende as máximas do sábio e o ouvido atento alegra-se com a sabedoria".
       Esta humildade exprime-se e pratica-se no dia-a-dia. Diz-nos Jesus, "quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar"... pode acontecer que te retirem para um lugar mais distante! "Quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos". Humildade perante o "Senhor" e humildade, transformada em generosidade, diante dos mais pobres.

       3 - O início do caminho faz-se de humildade, que leva à conversão e à sabedoria e que nos torna capazes de Deus.
       A grandeza do mistério de Deus só é compaginável com a humildade de coração.
       "Vós aproximastes-vos do monte Sião, da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste, de muitos milhares de Anjos em reunião festiva, de uma assembleia de primogénitos inscritos no Céu, de Deus, juiz do universo, dos espíritos dos justos que atingiram a perfeição e de Jesus, mediador da nova aliança" (Segunda Leitura).
       Só com disponibilidade interior nos tornamos dóceis ao Espírito Santo e aptos para a inclusão do mistério de Cristo na nossa vida.
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Textos para a Eucaristia (ano C): Sir 3,19-21.30-31; Heb 12,18-19.22-24a; Lc 14,1.7-14

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

O mesmo Céu... porque estás comigo!

       Mais um vídeo colocado no canal de nenorodrigues, Faz-te ao Largo,  com a música de Marcela Gandara, El mismo Cielo:

Deus, o Senhor do Impossível

       "Tornamo-nos verdadeiramente cristãos quando descobrimos que Deus é o Senhor do impossível e que precisamos do Espírito Santo para fazer o que não podemos fazer por nós próprios.
       A vida do discípulo é ir até ao fim, até que se torne impossível e descobrir então que Deus pode tornar possível o impossível."

Jean Vanier, em "A Fonte das Lágrimas", in Conhecer e Seguir Jesus.

São Bernardo, abade e doutor da Igreja

Nota biográfica:
       Nasceu no ano 1090 perto de Dijon (França) e recebeu uma piedosa educação. Admitido, no ano 1111, entre os Monges Cistercienses, foi eleito, pouco tempo depois, abade do mosteiro de Claraval. Com a sua actividade e exemplo exerceu uma notável influência na formação espiritual dos seus irmãos religiosos. Por causa dos cismas que ameaçavam a Igreja, percorreu a Europa para restabelecer a paz e a unidade. Escreveu muitas obras de teologia e ascética. Morreu em 1153.

Oração (de colecta):
       Senhor, que fizestes de São Bernardo, abade, inflamado no zelo da vossa casa, uma luz que na vossa Igreja arde e ilumina, concedei-nos, por sua intercessão, o mesmo fervor de espírito para vivermos sempre como filhos da luz. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Fonte: Secretariado Nacional da Liturgia.
Pode ver a oração atribuída a São Bernardo e outros elementos sobre a sua vida, no nosso blogue.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Como um padre cativa os jovens...

Um padre húngaro no séc. XXI , cativa os jovens, desta forma, para ouvirem as palavras de Jesus !


(Recebido por e-mail)

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Gestos na Liturgia Católica

       Falar de gestualidade litúrgica é lembrar-nos de que a nossa natureza humana tem e se exprime "num corpo".
       A gestualidade funda-se biblicamente numa experiência vital de Deus. Hoje para os cristãos esta experiência vital dá-se no interior da comunidade eclesial e na celebração dos sacramentos.
       O gesto coloca o corpo em oração, como pessoa inteira. Com a renovação litúrgica foi reencontrada «a nobre simplicidade dos ritos» (Constituição Litúrgica Sacrosanctum Concilium, n.° 34).
       O gesto é um acto que exprime um estado interior da pessoa. Os gestos na liturgia estão modelados segundo os próprios gestos que Cristo usou. O fundamento dos gestos é o próprio Cristo. Ao pensarmos n'Ele favorece-se o nível máximo de interiorização. Ele assumiu a dimensão da corporei­dade humana, tornando-Se assim a referência de toda a gestualidade litúrgica.
       Narra-nos a Carta aos Hebreus (10,5): «Entrando no mundo, Cristo disse: não quisestes sacrifício nem oblação, mas preparaste-Me um corpo.» É deste núcleo que deriva todo o posterior gesto litúrgico, porque a nossa espiritualidade litúrgica deve ser modelada e orientada sobre a gestualidade de Cristo. Assim, quando rezamos, tentamos imitar todos os gestos corporais da vida de Cristo, que foram muitos e vêm descritos no Evangelho, dando realce especial à Sua "paixão", durante a qual «Ele estendeu as mãos e morreu na cruz».

       O sinal é algo sensível que significa ou indica outra realidade ausente ou presente, e informa e orienta.
       O símbolo é uma linguagem muito mais expressiva e rica de co­notações do que simplesmente a falada. Tem uma função mediadora, comunicativa e unificadora. Apoia os fiéis na sua "procura" de Deus. Estabelece uma relação afectiva entre uma pessoa e a realidade pro­funda que não se consegue exprimir bem de outra forma. A liturgia e os costumes cristãos estão cheios de símbolos: a água para o baptismo, o pão para a Eucaristia, o vinho, o gesto de reconciliação, as palavras da absolvição e da consagração, a imposição das mãos, a bênção...
       A seguir descrevemos o significado de alguns gestos que aparecem na celebração eucarística - o sacramento "principal" (porque os sa­cramentos são mais diferentes do que iguais), mais conhecido.
  • De pé: é uma postura que significa a ressurreição de Cristo que se levantou do sepulcro, e que ganhou a liberdade para estar, conforme a sua promessa, em todas as assembleias cristãs. É sinal de atenção, adesão, respeito e disponibilidade. A lição do Evangelho ouve-se sempre "de pé".
  • De joelhos: traduz uma atitude de penitência, de humildade e de oração intensa. Recomenda-se para acompanhara Oração Eucarística, após a aclamação do "santo".
  • A genuflexão: é o gesto de dobrar o joelho direito até ao solo, com perfeição e na vertical. Indica respeito, reverência, adoração. Na Missa é feita pelo sacerdote 3 vezes: na ostensão do pão e do cálice consagrados e antes da Comunhão. Porém, todos os fiéis o devem fazer, com perfeição e calma, quando passam diante do SS.° Sacramento, diante do sacrário, e na procissão do Corpo de Deus. Genuflexões perfeitas são hoje em dia muito raras em Portugal, mas os santos faziam-nas perfeitíssimas, cheios de fé.
  • Sentados: é a postura de quem ensina com autoridade ou de quem escuta com atenção muito especial.
  • Beijo (Abraço da paz): na Missa é um rito antes da Comunhão. Significa concórdia, intimidade, união dos corações e dos ideais.
  • Sinal da Cruz: é uma profissão de fé baptismal, trinitária, identi­ficação com Cristo Crucificado.
  • Bater no peito: sinal de arrependimento e desejo de conversão. Usa-se no acto penitencial no início da Missa.
  • Mãos postas: muitos juntam-lhes também os olhos fechados. Significa intensidade, elevação, oração sincera, recolhida, elevador para a contemplação.
  • Estender os braços: imitação de Cristo que também estendeu os braços para morrer na Cruz.
  • Mãos abertas: louvor, petição, entrega e acolhimento dos dons de Deus.
  • Lava-mãos: sinal de purificação do pecado. Fá-lo o sacerdote antes de oferecer o sacrifício de Cristo e da Igreja.
  • Imposição das mãos: gesto bíblico muito antigo. Usa-se como epiclese (súplica ao Espírito Santo), para consagração de coisas e sobretudo de pessoas.
  • Elevação (a grande): é um gesto novo próprio da Missa, diferente da ostensão e colocado ao fim da Oração Eucarística, antes do Pai Nosso, quando o sacerdote eleva o pão e o vinho, mostrando-os aos fiéis e esperando que estes digam «Amen» em ratificação da oração sacerdotal. Sempre que o sacerdote presta atenção correcta a este rito, como é sua obrigação, revela uma sensível eclesiologia de admirar.
  • Fracção do pão: rito usado pelo próprio Cristo quando celebrava a Eucaristia. Simboliza o amor de entrega de Jesus por nós, e a paz e reconciliação que Ele nos adquiriu e em que nos colocou no decorrer da Santa Missa.
  • Silêncio: é um espaço em que Deus vive e Se manifesta. Cria o ambiente especialmente favorável ao encontro com Ele. Usa-se no espaço sagrado e todo o sacerdote o favorece antes das orações, na Comunhão e nas adorações eucarísticas.
  • Bênção: É "bem-dizer", primeiro a Deus; depois, Deus tem bênçãos espirituais em Cristo para os fiéis, e muitas bênçãos materiais para todas as criaturas.
       Tudo o que se faz e acontece na liturgia exige um entendimento. A catequese litúrgica torna-se cada vez mais necessária, e não admira que tenha sido inculcada pelo próprio Concílio Vaticano II. É uma maneira de se evitar "o adormecimento" ou "o aborrecimento" dos fiéis e de se exibir a "unidade" em Cristo de toda a comunidade cristã. Porque é que muitos em Portugal, especialmente os jovens, e muitos dos quais até costumam ir à Missa, dizem com facilidade que tudo isto «é uma "seca"»? -  Isto apenas traduz o deserto laico, secularizante que hoje se vive. É o baixar dos braços, pior que um freio, à evangelização.
       Há, porém, quem interprete a sua corporeidade precária, com todas as pobrezas que salienta (repetição, cansaço, doença, incomunicabilidade, medo, solidão e morte), como lugar histórico do triunfo de Cristo que vem, qual templo vivente, consagrado pelo Espírito do Filho enviado pelo Pai, ao qual suplicam com veemência: «Até quando; Senhor, Tu que és santo e veraz; até quando não virás para nos fazeres justiça?» (AP 6,10), e, porque se sente Esposa, diz com a voz do Espírito: «Vinde, Senhor Jesus» (AP 22,17.20). É assim que se descobre a profundidade das palavras de Tertuliano: caro salutis cardo (a carne é invólucro da salvação). Assim é, de facto, na "materialidade" dos sacramentos e na pluralidade dos gestos e sinais litúrgicos.
Pe. Mário Santos, in Paróquia de Tarouca.

O reino dos Céus pode comparar-se

       Disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: "O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, come¬¬çaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos" (Mt 20, 1-16a).
       A parábola que hoje Jesus nos apresenta pode (e tem) dois sentidos complementares. Imediatamente o tema do chamamento. Todos somos chamados, uns mais cedo, outros mais tarde. Ou melhor, Deus chama-nos sempre na aurora, mas nós umas vezes escutamos de manhã, outra a meio da manhã, outras vezes ao meio-dia, ao meio da tarde ou ao fim do dia.
       A recompensa é a plenitude do amor de Deus. Deus não fracciona o Seu amor por nós. Dá-nos sempre o máxima. É a lógica do amor de Deus que interroga e coloca em causa a nossa justiça humana, porque a eleva.
       O outro sentido, dado por João Paulo II, a parábola não fala apenas de pessoas que sentem o chamamento em alturas diferentes da vida, mas cada um de nós é chamado constantemente, na juventude, na idade adulta, na idade superior, e em cada idade podermoes seguir o Mestre dos Mestres.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Vem, meu amado Rei e Senhor

Em todo o ser humano existe um recanto imaculado,
virgem, inexplorado, silencioso, profundo...
Em toda criatura permanece um mundo, santo e ignorado,
nunca antes penetrado, aguardando, enriquecido de ternura...

Há, no abismo de toda alma,
um rochedo, um lugar, uma ilha, um paraíso,
recanto de maravilha a ser descoberto...
Em todo coração se demora um espaço aberto para a aurora,
um campo imenso a ser trabalhado,
terra de Deus, lugar de sonho,
reduto para o futuro.

Em toda vida há lugar para vidas,
como em toda alegria paira uma suave melancolia prenunciadora de aflição.

Há, porém, um lugar em mim,
na ilha dos meus sentimentos não desvelados,
um abismo de espera,
um oceano de alegria,
um mundo de fantasia,
para brindar-Te, meu Senhor!

Vem, meu amado Rei e Senhor,
dominar a minha ansiedade,
conduzir-me pela estrada da redenção.
E toma posse deste estranho e solitário país,
reinando nele e o iluminando com as tuas claridades celestes,
para que, feliz, eu avance, até o desfalecer das forças,
no Teu serviço libertador.

Vem, meu Rei,
ao meu recanto e faz da minha vida um hino de serviço.
E por Ti uma perene canção de amor.

Rabindranath Tagore, in Abrigo dos Sábios.